E a tarde para mim,
Liga de horas efémeras.
Tempo de descanso e tortura
Perco-me, sem saber o que fazer
Mas é que me perco mesmo,
É nesta ausência de acontecimentos
Que rendida à falta de fazer
Me entrego a meus pensamentos, às minhas recordações
Este conjunto tão vasto mas pouco rico.
Toma conta de mim
Sem que o possa evitar
Mas para quê?
Para me mandar a cara que já tive melhores dias
Que já fui feliz ao invés do que agora sou.
Esboçar um sorriso nos lábios para os outros é fácil
Difícil é ser verdadeiro.
Assim me arrasto neste engano!
Engano-me a mim
Engano os outros.
Eles não merecem,
E eu?
Talvez mereça este castigo…
Se fui feliz uma vez, porque recuso a felicidade agora
Ela anda ai
Vejo-o esboçada no rosto dos outros.
Mas como sabemos, fingir é fácil
Alcançar o que queremos é que não.
Talvez seja isso…
No fim são todos iguais a mim.
A procurar aquilo que não se encontra,
Aquilo que se tem que merecer.
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