sexta-feira, 3 de setembro de 2010


Foste, foram-se, fui,
parti em tempo inserto,
enquanto a neblina ocultava a tua ausência.
Aqui me vim estabelecer, à espera que melhores dias chegassem,
dias em que a tua ausência não pesa, não magoa …
Estabeleço aqui a ligação com os meus entes, hipoteticamente falando.
Gostava que a tua ausência fosse efémera,
volta e meia assombras-me!
Assombra-me o pensamento de que vais e não voltas,
como acontece com tudo e com todos.
Não vou chorar! Não ajuda a esquecer ninguém …
Nunca ajudou a trazer-me alguém de volta,
não é agora que o meu chorar de dor, de assombro e terror,
vai trazer-te de volta para junto de mim.
Traço nos meus dias pesadelos,
noites em branco,
o pesar da tua ausência mantém-me acordada incessantemente,
a tentar esgotar-me.
Parece sentimento tão vivo, mas quando o vejo por dentro …
parece tão morto como se nunca tivesse existido.

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