quinta-feira, 29 de abril de 2010

Quero que chegue o amanhã e que tenha o poder de não acordar.
Poder ficar no canto onde ninguém me diz nada,
Ver nada, ouvir nada, sentir nada e mesmo assim ser feliz.
Feliz como criança para o mundo, que tem em si o poder de não perceber as coisas em si
E viver feliz a partir dessa ignorância .
Quero ignorar tudo de mais complexo que me tenham a dizer.
Não foi para isso que quis ter vida,
Não foi para isso que vim ao mundo.
Quero ser rei do meu reino,
Quero ter o poder sobre todo o que me rodeia.
Quero virar costas a uns, e abrir novas portas a outros.
Quero mergulhar na multidão e senti-la
Sentir o pulsar dos seus sentimentos depressivos nos corpos dos oprimidos,
Quero poder ter a escolha de não ir por esse caminho,
Ficar ali no meio, sentindo e sem ouvindo
Até perceber que aquilo me tranquiliza.
Ver a cara de tantos que não sabem mais o que é a vida,
E perceber que eu a quero abraçar de uma maneira que ninguém alcança.
Rostos consumidos neste caminho mefistofélico até ao fim que nos separa
Quero rir, quero chorar, quero fugir, quero ficar…
Confusão, é isto a que se resume uma vida.

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